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Precisamos de Deus entre nós? - por Mateus Henrique Costa Silva, postulante MSC

Será que precisamos de Deus entre nós?

 

Há muito vem se percebendo uma fluidez nas nossas relações, nos afazeres, na vida em geral. Tal ação já foi apontada pelo pensador Zigmunt Baumann e é reafirmada pelo professor Gilles Lipovetsky, pois para ele vivemos a era do vazio. Nós cristãos católicos estamos vivenciando o tempo do Advento que tem por missão nos ajudar a viver bem o Natal, primeira vinda do Senhor e a sua vinda definitiva, quando nos ressuscitará e nos levantará para nunca mais cairmos. Então é preciso nos perguntar se estamos vivendo este tempo de preparação com solidez ou deixando que mais uma vez as coisas sejam flácidas, líquidas, frágeis? Se nosso Natal tem sido bem preparado ou se estamos caindo no vazio do consumismo e dos nossos egoísmos?

Nossa, tais perguntas são um tapa na nossa cara! Porém são situações que precisam ser pensadas por nós cristãos. Com o Natal vemos Deus no meio da humanidade, o Emanuel - Deus conosco, Deus que visita nossa humanidade e faz casa nela. Mas há momentos em que não estamos cientes dessa realidade, querendo fazer do Natal um simples ir a Santa Missa, ao culto, um jantar bom e troca de presentes. Tudo isso é importante? Sim, contudo o mais precioso do Natal é saber que Deus está no meio da vida de seu povo, que Deus se encarnou e quer perpetuar tal ação por meio de nós batizados.

Nietzsche há alguns anos anunciou a morte de Deus. Morte do Ser, morte do Ontológico e deixou claro que pagaríamos por isso e infelizmente estamos pagando por tal escolha. Quanto mais o tempo passa, mais aumenta o número de pessoas tristes, desanimadas, aumentam o número de transtornos psicológicos, dos suicídios. Há o aumento da violência, da segregação, da falta de entendimento entre as pessoas, tenho até medo de dizer, mas com as palavras de José Antonio Pagola, devo afirmar que também o ser humano morreu. Triste realidade, mas acredito muito mais na esperança da vinda do Senhor.

Tal esperança que o Advento e o Natal trazem é de que Deus se preocupa com seu povo. Santo Agostinho ao falar do Natal, afirma que foi “por nossa causa que Deus se fez homem”. Que alegria ouvir e ler tais palavras! Pois o Deus que muitas vezes afastaram da humanidade, eterniza sua presença no meio de nós por meio do advento do seu Filho. Não é um Deus lá, é um Deus aqui, Deus conosco, Deus no meio de nós, Deus ao nosso lado, vivendo em nós. É sinal de esperança, pois nem tudo está perdido, podemos recuperar nossa humanidade e vivermos a dinâmica da vida plena que o próprio Menino Deus nos faz vivenciar a partir de seu nascimento.

Portanto irmãos, suplico-vos que este Natal não seja uma mera repetição de gestos, mas acolhida de um Deus que quer estar e está com seu povo. Deus precisa estar no nosso meio, nós precisamos Dele aqui, pois sem Ele a humanidade está perdida. Portanto, acolhamos esse Senhor, que vem como menino estar no meio de nós. Que nossos lares, nossos corações e nossas vidas sejam repletos da presença de Deus no meio da gente. Precisamos desse Deus conosco, para que a humanidade não se perca mais. Vem Menino Jesus e habite nossos corações e plenifique a vida em nós.  

Mateus Henrique Costa Silva, Postulante MSC